Dados da Associação Americana de Otorrinolaringologia apontam que 80% da população mundial apresenta algum grau de desvio de septo. A única forma de correção é por meio da septoplastia, ou seja, a cirurgia de desvio de septo.
Entretanto, para submeter-se a uma cirurgia de desvio de septo o paciente precisa ser examinado por um otorrinolaringologista para que seja identificado o grau do desvio e se a intervenção cirúrgica é realmente necessária.
Para tornar o entendimento da septoplastia a mais simples possível, veja todas as particularidades do tema cedidas pela otorrinolaringologista Dra. Renata Christofe Garrafa.
Índice
O que é desvio de septo?
Entende-se o desvio de septo como uma tortuosidade do septo nasal, osso e cartilagem que separam as narinas. Essa malformação pode acarretar obstrução da passagem de ar por um dos lados (ou ambos), e faz com que o paciente relate congestão nasal frequente, causando dificuldade de respirar pelo nariz.
Essa condição também pode estar associada a outros sintomas, tais como:
- Cefaleia;
- Ronco;
- Sangramento nasal.
Nem todos os pacientes com desvio de septo apresentam sintomas e, dependendo do grau e da posição da alteração, é possível que o indivíduo respire bem pelo nariz. Da mesma maneira, pode ser que o paciente relate apenas um ou todos os sintomas mencionados.
É fundamental sempre se consultar com um otorrino para averiguar a condição e saber se há indicação, ou não, da cirurgia de desvio de septo.
Como se forma o desvio septal?
Diversas situações colaboram para o desenvolvimento do desvio de septo. A condição pode ocorrer de forma congênita, ou seja, desde o nascimento, ou pode ter sido adquirida ao longo da vida.
Exemplificando, pequenos acidentes em que a criança ou adolescente cai e bate o nariz e o quebra, após um acidente de carro, uma bolada durante a prática de exercícios físicos. Ou seja, o desvio de septo pode ser adquirido após um trauma/lesão na região.
A cirurgia de desvio de septo é a única forma de tratamento?
A resposta a esse questionamento é: depende. Por vezes, pacientes com leve grau de desvio de septo e sem sintomas relevantes não recebem a indicação de septoplastia. Além disso, é comum que outras condições gerem desconfortos que se assemelham ao do desvio de septo, como é o caso da rinite alérgica.
Quadros de rinite alérgica também podem gerar obstrução nasal e possuem tratamento específico. Sendo assim, é importante que sejam avaliadas todas as possíveis causas do sintoma do paciente, a fim de determinar se é de fato o desvio de septo o gerador do quadro, para então optar ou não pela cirurgia de desvio de septo.
Quando é indicada a cirurgia de correção do desvio de septo?
Pacientes portadores de desvio de septo e que relatam frequente desconforto pelos sintomas acima mencionados são candidatos a realização da septoplastia. Isso deve-se ao fato de a condição reverberar de forma negativa na qualidade de vida do paciente, impactando nas ações diárias.
Segundo a otorrino da Clínica Garrafa, Dra. Renata Christofe Garrafa, por vezes, além da cirurgia de desvio de septo pode ser necessária a turbinectomia. Quando combinadas, as técnicas colaboram de forma efetiva aos pacientes com quadros de congestão nasal crônica.
Passo a passo da septoplastia: cirurgia corretiva do desvio de septo
A cirurgia do desvio de septo é realizada em centro cirúrgico com anestesia geral, mas em casos selecionados é possível a realização sob sedação e anestesia local. Com o paciente pronto, o otorrinolaringologista com especialização em cirurgia cérvico-facial fará uma pequena incisão dentro do nariz para descolar a mucosa que recobre a cartilagem e osso formadores do septo e, assim, conseguir manusear o septo e corrigir sua deformidade.
Após o trabalho de remoção da parte desviada do septo, o qual deverá ficar o mais reto o possível, o otorrino cirurgião reposicionará a mucosa e fará a sutura. Em casos selecionados, podem ser utilizados temporariamente, splints, que são moldes nasais posicionados nas duas narinas..
A técnica cirúrgica adotada pelo otorrinolaringologista para cirurgia de desvio de septo pode ser convencional ou por vídeo. Para minimizar o sangramento após a septoplastia e a turbinectomia, o cirurgião otorrino pode fazer uso de cautério.
Como é o pós-operatório da septoplastia?
O pós-operatório da septoplastia é frequentemente pouco doloroso. Os desconfortos mais prevalentes na primeira semana após a cirurgia são congestão nasal e formação de crostas. Para minimizar esse quadro, o otorrino cirurgião aconselhará lavagem nasal abundante com soro fisiológico.
Edemas e hematomas são pouco frequentes, mas podem ocorrer. Para evitá-los, recomendam-se compressas frias.
É importante ressaltar que a cirurgia de desvio de septo não altera o formato do nariz. Para a correção de queixas estéticas, é necessário combinar a cirurgia de septoplastia com a rinoplastia (denominada de rinoseptoplastia). Esta situação apresenta outras particularidades no pós operatório.
Passados 30 dias da cirurgia de desvio de septo, o paciente é liberado para retornar a prática de exercícios; após sete dias, pode retornar as atividades laborais e/ou estudos. Esses períodos e outros cuidados são pautados caso a caso, sempre após a avaliação do médico otorrino. Por esse motivo, é imprescindível passar por todas as consultas de retorno junto ao otorrino cirurgião.
Fonte:
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.