A cirurgia de uvulopalatofaringoplastia é um procedimento voltado para os indivíduos portadores da síndrome apneia obstrutiva do sono, sobretudo quando há o diagnóstico de obstrução na faringe. Ao realizar a uvulopalatofaringoplastia, o médico cirurgião fará um conjunto de invenções para ampliar e melhorar as vias respiratórias do paciente, reduzindo, assim, o colabamento das vias aéreas responsável pelo ronco e pelas pausas respiratórias durante o sono (as apneias), distúrbios muito comuns na atualidade.
Os distúrbios relacionados ao sono acometem mais de 40% da população mundial segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além do desgaste físico no paciente, existe o impacto na sociabilidade — principalmente em casos de ronco. Dependendo da gravidade, esses pacientes encontram na cirurgia de uvulopalatofaringoplastia a solução para dormir melhor.
Índice
Como funciona a uvulopalatofaringoplastia?
A cirurgia de uvulopalatofaringoplastia é feita por via oral, portanto, não há a necessidade de fazer incisões no pescoço ou na face. A uvulopalatofaringoplastia é realizada com o paciente sob anestesia geral e tem por objetivo retirar as amígdalas e o excesso de tecido do palato mole e da faringe.
Na sequência, o cirurgião faz um reposicionamento dos músculos da faringe, permitindo a desobstrução da passagem de ar pela garganta. Algumas das possíveis complicações e riscos decorrentes da cirurgia de uvulopalatofaringoplastia são:
- Febre nos primeiros dias;
- Voz anasalada;
- Mau-hálito;
- Dificuldade para engolir;
- Sangramento;
- Dor na garganta;
- Incômodo ao falar;
- Dificuldade respiratória.
Na maioria dos casos o paciente é liberado no mesmo dia do procedimento, embora o período pode se estender a depender da evolução do quadro do paciente durante o pós-cirúrgico. Em alguns casos a uvulopalatofaringoplastia pode ser acompanhada de outros procedimentos como a septoplastia, por exemplo.
Quando a cirurgia de uvulopalatofaringoplastia é indicada?
A indicação de uvulopalatofaringoplastia só poderá ser feita em consultório por um médico, sendo que o profissional mais indicado é o otorrinolaringologista especialista em medicina do sono. Para recomendar a intervenção de uvulopalatofaringoplastia o especialista seguirá as etapas abaixo:
- Avaliação detalhada dos sintomas e do histórico do paciente, considerando os medicamentos de uso contínuo, alergias, doenças pré-existentes, entre outras condições;
- Realização de exame físico completo das vias respiratórias superiores, incluindo a garganta e o nariz;
- Solicitação do exame de polissonografia para complementar o diagnóstico e confirmar a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono;
- Realização de exames pré-operatórios, como coagulograma, hemograma, exames cardiológicos, entre outros que sejam necessários para cada paciente.
Com essas informações em mãos, o otorrinolaringologista verificará qual distúrbio do sono acomete o paciente e discutirá sobre as possíveis formas de tratamento além da cirurgia de uvulopalatofaringoplastia.
Quais são os cuidados após a intervenção de uvulopalatofaringoplastia?
Após a cirurgia de uvulopalatofaringoplastia o paciente deve tomar alguns cuidados para obter uma recuperação adequada e tranquila. Considerando que a região da garganta fica sensível depois do procedimento, é importante que o paciente siga à risca as recomendações do especialista.
No geral, os cuidados pós-operatório da cirurgia de uvulopalatofaringoplastia são os seguintes:
- Manter alimentação líquida e fria nos três primeiros dias;
- Retomar a alimentação pastosa e morna após o 4º dia;
- Consumir alimentos sólidos somente depois do 7º dia;
- Fazer repouso por pelo menos uma semana;
- Tomar somente os remédios prescritos pelo otorrinolaringologista;
- Voltar às atividades diárias de forma leve após o 8º dia;
- Evitar esforço e exercícios físicos durante três semanas.
A cirurgia de uvulopalatofaringoplastia é um tratamento viável para os indivíduos que têm roncos frequentes e pausas respiratórias durante o sono, associado a repercussões clínicas como sonolência diurna e sono não reparador. Nesse caso, é fundamental procurar um otorrinolaringologista especializado em Medicina do Sono para obter o melhor direcionamento.

Fontes:
Organização Mundial da Saúde (OMS);
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).